Os oito passos do yoga - Yamas: Ahimsa

By | 22:57 Leave a Comment
Oi, galera!

Eu sempre fico falando por aqui que ioga não são só posturas e tal, então eu resolvi falar um pouco sobre os oito passos do yoga. São oito etapas básicas que constituem, de uma forma geral, os passos para a construção do iogue. São práticas que beneficiam todo o conjunto que forma o ser humano, eleva nosso espírito, controla nossa mente e potencializa nosso corpo e energia vital.

Com a destruição da impureza pela prática gradual
dos componentes do Yoga, a luz do conhecimento

[jñana] ilumina o discernimento [viveka]. 
O discernimento é o caminho para eliminar a falta de sabedoria (sutra 26), mas é também causa de todo sofrimento (sutra 15). Para que possamos resguardar apenas suas características verdadeiramente construtivas, devemos iluminá-lo com a inteligência despertada pela prática gradual dos angas do Yoga. 
(Yogasutras, pág. 61. Sutra II, 28)

São eles:

  • Yamas (normas de convivência):
- Ahimsa (não-violência)
- Satya (autenticidade)
- Asteya (não roubar)
- Brahamacharya (prática de uma vida espiritualmente regrada)
- Aparigraha (não cobiçar)

  • Niyamas (normas de auto aperfeiçoamento):
- Sauchan (purificação)
- Santososha (contentamento)
- Tapas (sacrifício)
- Svadhyaya (busca do saber interior)
- Íswara-pranidhana (entrega ao Senhor)

  • Ásanas (posturas de assentamento)
  • Pranayamas (prática de controle das forças sutis), obs.: exercícios de respiração 
  • Dharana (recolhimento)
  • Dhyana (concentração)
  • Samadhi (superação de si mesmo), obs.: estado de iluminação

É importante entender que esses oito passos não devem ser tomados como proibições ou regras que devem ser seguidas para se alcançar alguma coisa. Não é algo que foi "inventado" por alguém. Na verdade é um conjunto de práticas que foram reconhecidas ao longo da humanidade por sábios, seres mais evoluídos, e que estão aí como forma de se obter longevidade, tranquilidade, saúde, enfim, a auto-perfeição do nosso ser. Quando a gente busca isso, naturalmente esses passos serão (cada um a seu tempo) o que iremos trazer para nossa vida, pro nosso cotidiano.
Surgem então a pureza imaculada [çuddhi] de sattva,os pensamentos elevados, a concentração em um sóponto, o controle sobre os sentidos e aptidão paraauto-observação. (Yogasutras, pág. 63. Sutra II, 41)

***

AHIMSÃ - Não Violência

Hoje vou falar apenas do primeiro yama, ahimsã, e depois vou postando sobre os outros.


Então, yamas traduzido do sânscrito é algo como "restrições". Mas eu coloquei lá em cima como "normas de convivência", que é utilizado em muitas traduções também, porque eu acho que se encaixa mais. 

Vejamos: as restrições das quais os yamas estão relacionados diz respeito aos fatores de conduta moral. Àqueles que estão interligados com a forma de interagirmos em sociedade e de como conduzimos nossa vida como indivíduo, vivendo nessa coletividade. 

As ações maldosas, tais como agressão, etc., são feitas, levadas a ser feitas, e permitidas de ser feitas pela avareza, cólera, e ignorância; elas têm graus leve, moderado ou intenso e levam aos infinitos frutos do sofrimento e das trevas. Por isso deve-se desenvolver seus pensamentos contrários. 
Com o estabelecimento da não-agressão [ahimsa], a inimizade desaparece das proximidades. (Yogasutras, pág. 63. Sutra II, 34 e 35)








Ahimsã é barra, viu? Quando a gente decide parar pra pensar e observar é que vemos como nos entregamos gratuitamente a atitudes violentas, bem como pensamentos de raiva e obsessão. A não-violência de ahimsã engloba agressões físicas, psicológicas, contra outras pessoas, contra si próprio e os demais seres existentes. A não-violência é uma forma de exercer o amor absoluto sobre o planeta e tudo que nele contém.

Isso é difícil, mas não impossível. O yogi deve se acostumar a estar sempre em auto-observação, sempre percebendo o que chega para si e refletindo, procurando sempre alcançar o controle natural que devemos ter sobre a mente. Controlar a mente é uma chance de nos aperfeiçoarmos como seres humanos. Conseguimos enxergar mais do que imaginamos quando simplesmente criamos o hábito de parar para observar.

Observe o que há de violento e pense sobre isso, que tal?

Namastê, galera, até a próxima!

"A não-violência não consiste em renunciar a toda luta real contra o mal. A não-violência, tal como eu a concebo, empreende uma campanha mais ativa contra o mal que a Lei de talião, cuja natureza mesma traz como resultado o desenvolvimento da perversidade. Eu levanto, frente ao imoral, uma oposição mental e, por conseguinte, moral. Trato de amolecer a espada do tirano, não cruzando-a com um aço mais afiado, mas defraudando sua esperança ao não oferecer resistência física alguma. Ele encontrará em mim uma resistência da alma, que escapará de seu assalto. Essa resistência primeiramente o cegará e em seguida o obrigará a dobrar-se. E o fato de dobrar-se não humilhará o agressor, mas o dignificará [...] " (Mahatma Gandhi)






M.F 
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários: